terça-feira, 29 de abril de 2014

As Armaduras da Águia: A Taça de Ouro de 1982

     Para dar continuidade à série As Armaduras da Águia, hoje será apresentada a camisa utilizada pelo São José Esporte Clube na Taça de Ouro de 1982.



     A Taça de Ouro - como foi chamado o Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão daquele ano - teve início em 16 de janeiro e se estendeu até o dia 25 de abril. Na primeira fase, houve a participação de 40 times, divididos em 8 chaves com 5 agremiações cada.
  Os 28 clubes melhores classificados, independente do grupo, seguiram no campeonato na companhia dos 4 clubes vindos da Taça de Prata. Esses 32 times foram divididos em 8 chaves com 4 equipes cada, sendo que apenas campeão e vice de cada grupo continuariam na disputa.
     Da terceira fase à final da competição, o sistema utilizado passou a ser o mata-mata. Ou seja, jogos eliminatórios, com partidas de ida e volta.

     O São José no Brasileirão de 82

     A Águia do Vale fez um bom Campeonato Brasileiro e terminou o certame na 12ª colocação. Foram 16 jogos disputados, com 7 vitórias, 6 empates e apenas 3 derrotas. Os joseenses marcaram 17 gols e sofreram 11.
    Na primeira fase, o São José compôs o Grupo F, com Atlético/MG, Grêmio/RS, Desportiva/ES e Vitória/BA. Os joseenses terminaram na primeira colocação do grupo, com 10 pontos em 10 rodadas, lembrando que a vitória valia 2 pontos até então.
      Já na segunda fase, a Águia formou o Grupo N, ao lado de Botafogo/RJ, Londrina/PR e Treze/PB. O clube do Vale do Paraíba terminou em primeiro lugar novamente, dessa vez de forma invicta, com 9 pontos em 6 jogos.
     Chegando às oitavas de final, porém, o São José sucumbiu perante o Bangu. Com uma derrota e um empate, a Águia foi eliminada da competição, terminando então em 12º lugar.

     O elenco joseense

GOLEIROS: Ivan, Moreira e Mário
LATERAIS: Sotter e Jabu, Campina e Reinaldo
ZAGUEIROS: Darci, Ademir Gonçalves, Walter Passarinho e Beto Fuscão
MEIAS: Gerson Andreotti, Ademir Mello, Tata e Eli Carlos
ATACANTES: Edinho, Tião Marino, Nenê, Niltinho, Jarbas e Adilson Cantinflas 

     A camisa

     O fardamento foi fabricado pela Penalty, com o logo da fornecedora estampado na camisa. O símbolo do São José era costurado e a numeração pintada. O design foi arrojado para a época, graças às finas listras brancas que cortavam verticalmente o azul.
    Para finalizar, seguem outras fotos da camisa. Esta foi utilizada em jogo pelo centroavante Tião Marino.

     

     


     Ficha técnica

     Ano: 1982
     Fabricante: Penalty

     Texto e fotos: CEZAR TRUNKL

quarta-feira, 23 de abril de 2014

As Armaduras da Águia: A primeira camisa do São José Esporte Clube

     Para iniciar a série As Armaduras da Águia, será apresentada a primeira camisa utilizada pelo São José após a mudança de Esporte Clube São José para São José Esporte Clube.



     Entendendo melhor a troca de nome...

     O time profissional de São José dos Campos usou o nome Esporte Clube São José até dezembro de 1976 quando, atolado em dívidas e quase falido, foi obrigado a mudar de nome para fugir das cobranças e ameaças de penhora. Na oportunidade, Altamirando Negrão de Palma assumiu a presidência do clube e, junto de outros três diretores, Geraldo Marcolongo, Sérgio Ângelo e Pedro Yves Simão, procuraram ajuda na Federação Paulista de Futebol, que fez com que o Esporte Clube São José se transformasse em São José Esporte Clube, mudando inclusive as cores do uniforme e o distintivo. O alvinegro foi substituído pelo azul, amarelo e branco, que são as cores oficiais da cidade. O distintivo também se tornou semelhante ao brasão da cidade de São José dos Campos e a mascote passou a ser a Águia do Vale.
(Fonte: Site da FPF)

     Logo, a primeira temporada oficialmente disputada como São José Esporte Clube foi a de 1977. Nesse ano, a Águia disputou a divisão intermediária do Campeonato Paulista e alguns amistosos pelo Brasil. Durante o ano de 1977, foram 62 jogos, contabilizando 28 vitórias, 17 empates e 17 derrotas, além de 51 gols marcados e 48 sofridos.
     
     O elenco era formado por:
Goleiros: Paulo Cesar e Mário
Laterais: Baiano, Campina e Valdemir
Zagueiros: Zé Luis, Botu e Alemão
Volantes: Trindade, Zé Carlos e Elmo
Meias: Lincoln, Xavier e Edson
Atacantes: Beto, Serafim, Nelsinho, Luis Carlos Barba, Nogueira, Claudini, Bira, Luis Carlos I e Luis Carlos II.

     A camisa

     O fardamento era produzido pela Penalty, de cor predominantemente azul, com golas e mangas brancas. O número e o símbolo eram costurados. Eis algumas fotos, sendo que esta foi uma camisa utilizada em jogo.


     



     Ficha técnica

     Ano: 1977
     Fornecedor: Penalty

     Texto e fotos: CEZAR TRUNKL

domingo, 20 de abril de 2014

Novidades históricas no blog


     Benquistos leitores do blog Intrinsecamente São José, torcedores da Águia ou não, há novidades que desejo anunciar. Como todos sabem, esse blog surgiu com o intento deste apaixonado torcedor do São José Esporte Clube que vos escreve de acompanhar a Águia do Vale jogo a jogo. Tal tarefa foi realizada com muito amor, mas também sofrimento, devido ao escabroso caminho percorrido pelo clube em 2014 e, após a última partida, até mesmo o amargor de cada peleja se tornou saudoso. 
     Isto nada tem a ver com o fato de sentir prazer a partir do próprio sofrimento, mas sim de sentir falta de ver o time do coração em ação, de estar nos estádios, torcendo, mesmo sem receber a vitória em troca. Tão triste como o momento vivido pelo São José é a ausência da Águia nos gramados. O torcedor apaixonado gosta de estar presente na vitória, no empate ou na derrota, porém não existe torcida nas arquibancadas sem o time em campo.
     Com a indefinição em relação ao futuro, para amenizar a aflição dos joseenses que anseiam por viver sempre a Águia, independentemente da situação, decidi convidá-los para uma viagem pela história do São José Esporte Clube. Sendo assim, até que o time volte aos gramados, vocês poderão acompanhar matérias históricas que irei produzir periodicamente sobre os grandes campeonatos já disputados pela Águia, com resultados, estatísticas, curiosidades e também históricos de confrontos contra as grandes equipes. 
     Além disso, há outra nova. Farei uma parceria com o meu amigo Cezar Trunkl, que produzirá também periodicamente algumas matérias para o blog. Estas formarão a série por ele intitulada As Armaduras da Águia, na qual o mesmo ilustrará diferentes fases do São José e as camisas nelas utilizadas. As matérias serão postadas (tanto as minhas como as dele) em dias diferentes, alternadamente. Trabalharemos em conjunto visando resgatar, registrar, reavivar e perpetuar a gloriosa trajetória do São José Esporte Clube, o maior time de futebol de todos os tempos do Vale do Paraíba, um dos grandes clubes do interior do estado, com representatividade nacional e com as marcas de suas garras deixadas também no exterior.
     Espero (esperamos!) que gostem e que possam voar conosco pela rica história da Águia do Vale, uma agremiação de tradição, que é algo que não se compra, mas se conquista ao longo dos anos e das batalhas. Para finalizar, lembrem-se sempre: São José só existe um, mesmo que queiram plagiar.

     Texto e foto: André Castanhare

sábado, 12 de abril de 2014

Fim do martírio com ares de recomeço


     O São José enfrentou o Batatais na manhã  deste sábado, no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, e foi derrotado mais uma vez, por 2x0. A partida, válida pela última rodada do Campeonato Paulista da Série A2, marcou o fim do martírio joseense na competição, porém novos ares já parecem surgir na Águia.
     Além de uma formação diferente em campo, fora dele também  houve uma surpresa, esta um tanto quanto inusitada. O empresário Júnior Moraes, novo parceiro do clube, ficou no banco como técnico da equipe e pôde acompanhar mais de perto os jogadores, já observando quem poderá ser aproveitado no time na Copa Paulista.
     Apesar de não estar garantido na competição visto que aguarda um convite da Federação Paulista de Futebol, Júnior Moraes intenta participar do torneio, que ocorrerá no segundo semestre. O intuito é iniciar  ainda em 2014 a formação do time que disputará o Paulista da Série A3 em 2015.

     O jogo em Bragança

     Ambas as equipes entraram em campo apenas para cumprir tabela, todavia em situações distintas, tanto moralmente como na tábua de classificação. O São José, já rebaixado e com a última colocação asseverada, recebeu em sua mais nova casa provisória - a segunda neste campeonato - o Batatais, que não tinha nenhuma chance de subir, porém também não corria mais riscos de cair.


     A torcida da Águia - como sempre, presente - sonhava com um triunfo na despedida, contudo o Batatais mostrou dentro das quatro linhas a diferença entre os times na seriação. Em um jogo sem grandes emoções, a equipe batataense se impôs desde o início e construiu uma superioridade em relação ao volume de jogo a qual logo se transformou em vantagem no placar.
     Nos primeiros 15 minutos, o Fantasma da Mogiana  teve duas chances de abrir o marcador, o que, de fato, veio a acontecer aos 17. Após jogada de Luciano Gigante, Willian dominou com estilo e acertou um bonito chute; o goleiro Júnior fez linda defesa, porém Flávio aproveitou o rebote e fez 1x0 para os visitantes. Pouco tempo depois, aos 25, os papéis se inverteram, mas o resultado foi o mesmo. O artilheiro Flávio  trabalhou como garçom, servindo Luciano Gigante, que havia iniciado a jogada do primeiro gol, e o camisa 11 do Batatais não perdoou: 2x0 no placar.
     Com o resultado já garantido, a partida foi cadenciada até o fim. Mesmo assim, os batataenses ainda tiveram mais quatro oportunidades de ampliar o marcador, o que não aconteceu graças ao arqueiro Júnior, que fez outras duas defesas importantes. Já os joseenses, pouco atacaram. As jogadas de real perigo foram escassas, mas ainda assim, diante das famigeradas condições adversas, o louvável esforço dos atletas ficou evidente.


     Após o apito final, com mais um revés para as estatísticas, o clima era uma mescla de dever cumprido e frustração, fim e recomeço, tristeza e esperança. Uma ambiguidade dolorosa que somente os apaixonados torcedores joseenses podem entender.
     Os jogadores cumpriram com hombridade o seu papel de entrar em campo a cada partida, mesmo sem receber salários, todavia a frustração é inevitável, pela campanha e pela despedida melancólica. O fim é apenas do campeonato, não do clube - como muitos queriam - e, contrariando as previsões mais apocalípticas, o  soerguimento da Águia já está se iniciando, embora lentamente. 
     Enfim, a tristeza por mais uma vez não ter conseguido o tão sonhado acesso foi agravada pungentemente neste ano com o rebaixamento, no entanto, a esperança dos joseenses é de que Águia volte a voar em breve, pelos céus de São Paulo e do Brasil... Até lá, ficará a imagem do jogo final, da despedida, de um time que saiu de campo derrotado, mas na certeza de que outras batalhas virão, com vitórias mil...


     
     Ficha técnica

     São José: Júnior; Rony,  Rodrigão, Felipe Miranda e Paulo Henrique; Filipe Mello (Petini), Dinho Souza, Pedro Henrique (Lek Lek) e Brayan (Edu); Luan e Robson. Técnico: Júnior Moraes.
     Batatais: Thomazella; Renan, Edson Batatais, De Lazzari e Tobias; Willian (Silas), Van Basten, Diogo (Raul) e Henrique (Biro); Flávio e Luciano Gigante. Técnico: Márcio Bittencourt.

     A lôbrega campanha da Águia

     São Bento 2 x 1 São José
     São José 0 x 4 Velo Clube
     São José 1 x 2 Guarani
     Red Bull 1 x 0 São José
     Mirassol  4  x 0 São José
     São José 0 x 0 Catanduvense
     Guaratinguetá 1 x 1 São José
     São José 2 x 1 Grêmio Osasco
     União Barbarense 2 x 1 São José
     São José 0 x  0 Rio Branco
     São José  1 x 3 Itapirense
     Ferroviária 0 x 0 São José
     Santo André 3 x 1 São José
     São José 0 x 3 Capivariano
     São José 0 x 0 São Caetano
     Marília 6 x 0 São José
     São José 0 x 1 Monte Azul
     Grêmio Barueri 2 x 0 São José
     São José 0 x 2 Batatais



     Parabéns e pêsames

     Capivariano, Red Bull, São Bento e Marília merecem congratulações, pois são os mais novos integrantes da elite paulista. Por outro lado, Grêmio Barueri, Itapirense e Grêmio Osasco farão companhia ao São José na terceira divisão em 2015. 
     Vale ressaltar que a Águia perdeu para os quatro times que subiram e, além disso, marcou apenas um gol nessas quatro partidas, diante do São Bento. Já contra os outros três rebaixados, foram duas derrotas e apenas uma vitória, a única no campeonato, sobre o vice-lanterna Grêmio Osasco.

     Texto e fotos: André Castanhare

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Quem tem medo de fantasma?


     No próximo sábado, às 10 da manhã, no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, a Águia do Vale enfrentará o Fantasma da Mogiana, em jogo válido pela última rodada do Paulista da Série A2. E com todo o respeito, o adversário não mete medo algum. O pior fantasma, o do rebaixamento, já se tornou real para os joseenses há algumas rodadas, portanto nenhum outro fantasma pode ser mais assustador do que a realidade para o São José Esporte Clube.
     Isolado na lanterna, único clube matematicamente rebaixado, pior ataque, pior defesa e com apenas uma vitória na competição, o São José jogará pela honra, pela torcida e para não terminar o certame com um único triunfo. O fato de ter pela frente um oponente que não luta por nada - o Batatais não tem chance de subir nem corre o risco de cair - pode servir de alento para que os joseenses encerrem sua excruciante participação de forma digna.
     Após tantas situações vexatórias e desumanas vivenciadas pelos atletas, chegar ao último jogo já é uma vitória. Não daquelas que a torcida queria, que é mencionada no hino do clube, porém serve como uma resposta digna aos que abandonaram ou desprezaram a instituição, seus jogadores e torcedores. Após tanta escabrosidade e sem receber salários, os atletas que permaneceram no time, com o apoio da torcida, escreverão a última página de uma guerra desigual.
     E a torcida da Águia merece um capítulo à parte. Sempre presente, não importando a situação, apoiando o clube mesmo nas muitas e dolorosas derrotas, tantas vezes por goleadas maculadoras... Uma torcida que faz o seu papel e que, em 2014, chegou a fazer além do que lhe cabe, ajudando os jogadores, por amor ao clube, por solidariedade e por respeito. E essa torcida estará presente em Bragança, não para torcer, mas para manifestar uma paixão.
     Diante disso, é possível temer algum fantasma? Quem é joseense de coração sabe que a resposta é negativa.


terça-feira, 8 de abril de 2014

O último será o primeiro

     O último será o primeiro! Não se assustem com o título. Não é uma alusão bíblica, tampouco fala sobre a última colocação que a Águia do Vale ocupa no Campeonato Estadual, até porque tal inversão de posições só seria possível com uma virada de mesa que faria inveja até mesmo ao Fluminense. O título se refere ao último jogo do São José na Série A2 de 2014, contra o Batatais, pois será o primeiro confronto da história entre os dois clubes. 
     E esse primeiro encontro será praticamente em campo neutro. Com o Martins Pereira ainda em reforma e com o Stavros Papadopoulos interditado por medida de segurança, o embate será no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista. O duelo acontecerá no próximo sábado, dia 12, às 10 da manhã, e não vale absolutamente nada para os joseenses, já rebaixados e com a lanterna garantida, nem para os batataenses, que não correm o risco de cair, mas também não têm chances de subir.
     
     Último em qual sentido?

     A palavra último não tem sido muito agradável de ser ouvida, lida ou pronunciada pelos torcedores do São José Esporte Clube ultimamente, por motivos óbvios, porém há algo mais que preocupa, com uma carga semântica muito forte. Afinal, será o último jogo da Águia no campeonato, no semestre, no ano ou na história?
     Os sonhadores creem que será tão somente o último jogo do campeonato. Isto porque há esperança de que o São José faça a partida de reinauguração do Martins Pereira, ainda no primeiro semestre, contra um clube grande ou contra o "São José Plágio", queridinho da prefeitura. Seria um interessante e inusitado confronto entre o time original contra o pirata.
     Já os otimistas  acreditam que será apenas o último jogo do semestre. Por motivos políticos, ou seja, com interesses escusos de pessoas nauseabundas, dificilmente a Águia fará a reinauguração do Martinzão, todavia no segundo semestre poderá haver um convite da FPF para a disputa da Copa Paulista.
   Enquanto isso, os realistas deduzem que será o último jogo do ano. Sem reinauguração e sem Copa Paulista, a Águia  permaneceria inativa durante todo o segundo semestre. Seguindo tal linha de raciocínio, o São José ficaria 9 meses sem jogar, de maio de 2014 à janeiro de 2015. Uma dolorosa gestação para a nação joseense, com a desagradável concepção da Série A3, uma verdadeira dor do parto.
     Por fim, os pessimistas afirmam que será o último jogo da história do São José Esporte Clube. Há torcedores que, com dor no coração, estão prevendo a desfiliação da Águia após o término da presente competição. Dívidas, processos, falta de apoio, entre outros fatores podem ocasionar a extinção do maior clube de futebol da história do Vale do Paraíba, isto na visão apocalíptica dos incrédulos.
     E você, qual tipo de torcedor é? Sonhador, otimista, realista ou pessimista?

     André Castanhare

sábado, 5 de abril de 2014

Abelha voa mais do que a Águia e vence por 2x0 na Arena Barueri

     Nesta noite o São José visitou o Grêmio Barueri e sofreu a sua 12ª derrota em 18 partidas. Em um jogo desprovido de qualidade e de jogadas interessantes, o que mais chamou a atenção foi a já costumeira bagunça burlesca e varzeana da diretoria da Águia, que faz questão de se superar negativamente a cada dia.
     Apesar de estarem de mãos dadas rumo à Série A3, as diferenças entre as equipes ficaram claras antes mesmo de a bola rolar. Os baruerienses entraram em campo focados, com o pensamento exclusivamente nos 3 pontos, pois só a vitória interessava aos donos da casa. Já os joseenses, por pouco não subiram ao gramado sem treinador, já que Paulo Cesar Mulle não viajou com os atletas. O técnico interino chegou à Arena Barueri faltando poucos minutos para o início da partida; uma atitude nada profissional.
     Como consequência de tanto amadorismo, o resultado não poderia ser outro: derrota. Enquanto a Águia lamentou mais um revés, o triunfo da Abelha manteve o time com chances de fugir da degola na última rodada, apesar de não depender somente de si, mas de uma vitória e uma combinação de resultados. Pelo menos eles ainda têm chances, o que não se pode dizer do São José.

     O primeiro tempo do jogo

     Foi um duelo digno dos dois últimos colocados da segunda divisão paulista. A primeira oportunidade de gol surgiu somente aos 18 do segundo tempo, quando Jefferson cruzou na área, Júnior tirou de soco e, no rebote, o atacante Glauco atuou como zagueiro, mandando para escanteio. Na cobrança, Rafael Pulga enfiou de cabeça, mas o arqueiro joseense fez a defesa.
     A Águia chegou duas vezes, porém sem muito perigo. Aos 23, Dinho Souza chutou de esquerda, mas para fora. E aos 32, Glauco arriscou, também para fora. Em ambos os chutes a bola passou à direita do goleiro Matheus. 
     O primeiro gol saiu aos 38. Em uma roubada de bola, o Grêmio Barueri armou contra-ataque e Thiago Brito surgiu na cara do goleiro, para tocar na saída de Júnior, fazendo 1x0 para os donos da casa. O São José, como já é de costume, ficou nervoso após o gol e não conseguiu reagir.
     Antes do apito do árbitro Marcelo Prieto Alfieri, outras duas oportunidades foram criadas, uma de cada lado. Primeiro, os anfitriões quase ampliaram o placar, numa cobrança de falta de Maurinho, aos 41, mas Júnior defendeu em dois tempos. Já aos 45, Leandro Ratinho arriscou um chute, mas sem sucesso, bola para fora e fim de papo na etapa inicial.

     Os 45 minutos finais

     As equipes voltaram mais dispostas para a etapa complementar, tanto que, logo aos 2 minutos, Jefferson cobrou falta e Júnior deu um tapa para escanteio. Na cobrança do tiro esquinado, feita pelo próprio Jefferson, Júnior afastou o perigo ao dar um soco na bola para fora da área.
     O primeiro ataque joseense no segundo tempo foi em uma cobrança de falta, aos 5, mas Gabriel chutou para fora. A resposta barueriense veio aos 7, com uma cabeçada de Maurinho, porém Júnior defendeu. E nessa sequência lá e cá, Leandro Ratinho teve outra oportunidade, aos 9, todavia também chutou para fora, por cima do gol.
     Aos 18, começou a aparecer quem iria definir o jogo a favor da Abelha. Dois minutos após ter entrado na partida, Alex Maranhão chutou forte, mas para fora. Contudo, no lance seguinte, aos 19, a jogada foi mais precisa. Alex Maranhão entrou na área, pedalou e sofreu pênalti. Ele mesmo bateu, aos 21, e marcou, porém o árbitro mandou voltar pelo fato de Maurinho ter invadido a área. A segunda cobrança foi efetivada aos 22 e o segundo tento foi anotado: Grêmio Barueri 2x0 São José.
     Com o placar definido, o jogo ficou morno por 20 minutos. Somente aos 42 aconteceu outra jogada digna de menção, quando Rafael Ferro arriscou um bom chute, que passou perto do gol de Júnior. E aos 46, a última jogada da peleja. Amauri cobrou falta por cima do gol de Matheus. E assim o jogo foi encerrado, com nova derrota da rebaixada Águia, e com a Abelha ainda viva na competição, embora respirando com a ajuda de aparelhos.

     Ficha técnica

     Grêmio Barueri: Matheus; Rafael Ferro, André Ribeiro, Joadson e Jefferson; Careca, Iago, Rafael Pulga (Alex Maranhão) e Manteiga; Thiago Brito (Alex Fernando) e Maurinho (Marquinhos). Técnico: Kleiton Lima.
     São José: Júnior; Rony (Petini), Rodrigão, Amauri e Alex (Mello); Leandro Ratinho, Dinho Souza, Luan e Gabriel; Washington (Robinho) e Glauco. Técnico: Paulo Cesar Mulle.

     Complemento da 18ª rodada

     Apenas um jogo da penúltima rodada não foi realizado hoje: Grêmio Osasco x Red Bull. A partida ocorrerá amanhã, às 15 horas. Se o GEO vencer, sairá da zona de rebaixamento. Se o Touro vencer, dividirá a liderança com o Capivariano. O empate não será bom resultado para nenhuma das equipes.
     Quem com certeza estará de olho neste jogo é o Guaratinguetá. Com 21 pontos, a Garça ainda corre risco de cair para a Série A3, portanto o melhor resultado para o Tricolor do Vale é uma vitória do Touro. Itapirense, Grêmio Barueri, Rio Branco e São Caetano também estarão torcendo para o time campineiro, pois todos lutam contra o descenso.



     Próximo compromisso da Águia

     O São José voltará a campo no próximo sábado, às 10 da manhã, contra o Batatais. A partida acontecerá em Bragança Paulista, pois o Stavros Papadopoulos foi interditado por falta de segurança. O próximo adversário da Águia não tem chances de conquistar o acesso e se livrou do rebaixamento hoje, ao empatar em 0x0 com o Guarani, portanto é uma boa oportunidade para os joseenses se despedirem do campeonato com uma vitória.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Em Barueri, Águia jogará pela honra e para não repetir 2004 nem 2005


     O São José visitará o Grêmio Barueri, amanhã, no último jogo fora de casa, e penúltimo no campeonato. E falando em último e penúltimo, estas são as colocações das equipes na competição. Enquanto a Águia já garantiu a lanterna, a Abelha, na 19ª posição, ainda tem chances de fugir da degola, mas para isso precisa vencer os visitantes. 
     É verdade que não se pode esperar muito de um jogo entre os dois piores times do torneio, ainda mais quando um deles vive a mais catastrófica crise de sua história. No entanto, os joseenses jogam pela honra e, nesse jogo em específico, jogarão também para não piorar ainda mais outras duas marcas negativas: a pior campanha em um torneio de acesso e a maior goleada sofrida.
     Analisando primeiramente o desempenho do clube mais tradicional do Vale do Paraíba, é inaceitável vencer apenas uma partida em 17 até agora disputadas. No ano em que foi rebaixado pela primeira vez para a A3, 2004, também houve apenas 1 triunfo, mas em 14 jogos. No certame atual, a Águia tem também o pior ataque, a pior defesa e o maior número de derrotas. Neste último quesito, está empatada com o adversário da vez. 
     E falando em derrotas, o São José sofreu a maior derrota do presente campeonato: 6x0 para o Marília. Só que há algo mais incomodando: o Grêmio Barueri foi o responsável pela maior goleada sofrida pela Águia em toda a sua história. Em 2005, no Campeonato Paulista da Série A3, os baruerienses massacraram os joseenses por 8x0. Naquela oportunidade, o São José viajou com apenas 11 atletas, sendo que 3 deles eram goleiros. Edinho, arqueiro titular, foi atacante nessa partida. O seu reserva imediato, Alessandro, atuou como titular, enquanto o terceiro goleiro, Adriano, jogou de lateral-direito. Além disso, o centroavante Toni atuou como zagueiro. 
     Se amanhã as improvisações não serão tão absurdas como há 9 anos, as situações extra-campo de hoje são muito piores, como já é de conhecimento de todos. O que resta é torcer por dias melhores e, quem sabe, duas vitórias nas duas últimas rodadas, para abrandar um pouco a humilhação  que a imensa nação joseense está sentindo desde o janeiro.



      Provável escalação e estádio interditado

     O São José deve entrar em campo com uma equipe muito parecida com a que enfrentou o Monte Azul, domingo, no Stavros Papadopoulos. Porventura, os 11 eleitos para defender as cores da Águia serão: Júnior; Rony, Rodrigão, Amauri e Paulo Henrique; Leandro Ratinho, Dinho Souza, Diego Galo e Gabriel; Rômulo e Glauco.
     E já que mencionamos o estádio do JAC, casa provisória do São José, vale ressaltar que, no momento, o Gregão está interditado. A alegação é de falta de segurança, portanto se a decisão não for revista, os joseenses deverão procurar outro local para disputar a última partida, contra o Batatais, no dia 13/04. 

      Nova velha parceria 

   Com o afastamento do presidente Geleia, Eduardo Pereira, seu vice, assumiu a presidência. Com isso, Júnior Moraes, representante da empresa do ex-jogador da Águia, Alex Tatuí, está de volta pela terceira vez no ano. 
      Os parceiros já estão bancando as despesas para o 2 jogos restantes e a esperança é de que um contrato de 3 anos seja firmado. O próprio empresário deu entrevista afirmando que há um projeto elaborado para reerguer o São José Esporte Clube. Resta saber se nada de consistência mole e trêmula irá atrapalhar desta vez. 

     Transmissão da partida

      Rádio Piratininga: www.radiopiratininga.com.br/frame.php?r=750

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Histórico de confrontos: Grêmio Barueri x São José


     Mesmo já rebaixado e com a lanterna garantida, o São José voltará a campo no próximo sábado, contra o Grêmio Barueri, na belíssima Arena Barueri. A partida será válida pela penúltima rodada do Campeonato Paulista da Série A2 e o adversário da Águia, penúltimo colocado, ainda tem chances de escapar do descenso.
      Jogar fora de casa contra uma equipe que luta por algo na competição já é motivo para imaginar um duelo extremamente difícil, isto é inegável. E a situação se complica ainda mais se olharmos para o histórico de confrontos entre São José e Grêmio Barueri. A Águia venceu a Abelha apenas uma vez, sendo que foi derrotada em quatro oportunidades. 
     No entanto, não há motivo para desespero, afinal, para tudo há dois lados, duas visões. Os otimistas podem dizer que o São José está invicto contra o Grêmio Barueri há quase uma década, pois a última derrota foi em 2005. Desde então, foram quatro jogos, com uma vitória e três empates. O problema é que os os pessimistas podem se recordar exatamente desta derrota de junho de 2005, por um doloroso 8x0. Foi a maior goleada que o São José Esporte Clube já sofreu em sua história, e foi numa partida válida pela Série A3, que é o torneio que a Águia disputará no próximo ano.
     Para que não haja tamanho sofrimento novamente, os torcedores joseenses esperam uma vitória que, se não livrará o time da degola nem da lanterna, ao menos poderá levar a equipe barueriense também para a A3. Com isso, o troco poderá vir em 2015, na mesma divisão e quem sabe com o mesmo placar. 
     Como 2015 está longe, o jeito é focar na 17ª rodada da A2 de 2014. E, antes do duelo da noite do próximo sábado, vale a pena conferir algumas estatísticas e a lista com todos os embates entre Águia e Abelha. 

08 jogos – 26 gols (Média: 3,25)
01 vitória do São José
04 vitórias do Grêmio Barueri
03 empates
06 gols da Águia
20 gols da Abelha

06/03/2005 – SÃO JOSÉ 0x2 Grêmio Barueri (Paulista Série A3)
24/04/2005 – Grêmio Barueri 3x0 SÃO JOSÉ (Paulista Série A3)
14/05/2005 – SÃO JOSÉ 0x2 Grêmio Barueri (Paulista Série A3)
19/06/2005 – Grêmio Barueri 8x0 SÃO JOSÉ (Paulista Série A3)
22/09/2007 – SÃO JOSÉ 2x1 Grêmio Barueri (Copa FPF)
14/10/2007 – Grêmio Barueri 2x2 SÃO JOSÉ (Copa FPF)
03/03/2012 – Grêmio Barueri 2x2 SÃO JOSÉ (Paulista Série A2)
03/02/2013 – SÃO JOSÉ 0x0 Grêmio Barueri (Paulista Série A2)

     Curiosidade: Todas as vitórias do Grêmio Barueri aconteceram no mesmo ano: 2005.