sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Águia e Burro ficam no empate em jogo truculento


     São José e Taubaté fizeram o Clássico do Vale na noite desta quarta-feira, no Martins Pereira, e não saíram do 0x0. O empate fez com que a Águia subisse uma posição na classificação, porém a distância para o quinto colocado aumentou. 



      Em uma noite fria, com o termômetro marcando 16 graus, o que se viu foi um jogo quente. No entanto, o clima abrasado não se deu por um futebol vistoso das equipes, em uma partida emocionante, com lances de perigo a todo o momento. A temperatura se elevou dentro de campo devido ao ânimo dos atletas, que demonstraram muito mais garra do que futebol.
     É inegável que o clima é outro ante um clássico. A rivalidade entre São José e Taubaté é histórica e desmesurada, sempre foi e sempre será. Desde a chegada ao Martins Pereira outra atmosfera envolvia o ambiente. Bandeiras, rojões, cantos e gritos de guerra dividiam o espaço com os torcedores que chegavam, ansiosos pela partida. E ao adentrar o estádio, a quantidade de policiais ratificava o mundo à parte de uma partida de futebol quando há uma rivalidade regional em jogo.
     Nas arquibancadas, a torcida fez sua parte e compareceu. Foram 1.309 pagantes, o maior público joseense na deficitária Copa Paulista até o momento. Desde a entrada do Burro da Central em campo, sob vaias e xingamentos, à aparição da Águia do Vale, reverenciada com  aplausos e cantos, a sensação térmica era de um calor de uma grande batalha. Tal ardor foi dos torcedores aos jogadores e, tão logo o embate começou, jogadas mais ríspidas se tornaram frequentes de ambos os lados.



     Boas jogadas também aconteceram, é verdade, mas foram poucas. O São José pressionou fortemente o Taubaté nos primeiros 15 minutos, todavia apenas um lance teve perigo real. Foi aos 7 minutos, com Bruno Celeste, que após boa troca de passes do ataque joseense, recebeu de Celinho, na área, cara a cara com o goleiro taubateano, mas em vez de finalizar, tentou  driblá-lo e perdeu a chance de abrir o placar para a Águia.
     Após a pressão inicial, o Burro foi, aos poucos, saindo da retranca, porém custou a passar do meio de campo. Mesmo assim ainda teve uma boa oportunidade no primeiro tempo, contudo o goleiro Moisés livrou a Águia de sofrer o gol. Os joseenses, apesar de não exercer mais a blitz do  princípio do prélio, continuaram melhor, com mais posse de bola,  entretanto a marcação taubateana se mostrou mais eficiente.



     No segundo tempo o São José voltou no ataque novamente, mas sem o mesmo ímpeto da etapa inicial. Percebendo  que o ritmo havia diminuído, o Taubaté passou a tocar mais a bola e ir para cima da Águia. No entanto, tal como os donos da casa, os visitantes pecavam nas finalizações. Ainda assim, tiveram uma boa oportunidade em um chute da entrada da área, porém o goleiro Moisés voou  bonito para fazer a defesa. 
     Da metade da etapa complementar em diante, as jogadas ofensivas escassearam e o cheiro de 0x0 se tornou intenso em todo o estádio.  O São José até tentou atacar, porém as raras oportunidades se resumiam  a  jogadas de bola parada: faltas, escanteios e até mesmo cobranças de lateral. O setor defensivo do Taubaté, no entanto, estava bem postado e conseguiu conter todas as investidas  joseenses.



     Dessa forma, o resultado não poderia ser outro: empate sem gols. Mas antes do apito final ainda houve tempo para a concretização de algo que estava se desenhando desde o início do duelo, então uma confusão entre os jogadores se formou próximo  à área  do São José. Empurra-empurra  daqui e dali, vários minutos de  paralisação e o saldo disso  tudo foi uma expulsão: Luis Felipe,  zagueiro joseense. Para fechar a noite de pouco futebol e muita violência,  os jogadores de ambas as equipes trocaram socos e pontapés após o término do jogo, para a tristeza dos  admiradores do futebol.


   

     Ficha técnica

     São José 0 x 0 Taubaté
     Data: 03 de setembro - Horário: 20:00
     Local: Martins Pereira, São José dos Campos

     Árbitro: Allan da Silva Bonardi
     Assistente 1: Risser Jarussi Corrêa
     Assistente 2: Marcio Jacob
     Quarto árbitro: Jefferson Dutra Giroto 

      São José: Moisés; Luan Santana, Rodrigão, Luis Felipe e Thyego Manuel; Claudinei, Fabio Leite (Guilherme), Bruno Celeste e Celinho (Bruno  Carvalho); Cecel (Cláudio Bala) e Maikon. Técnico: Jurandir Fatori.
       Taubaté: Yuri; Viola, Léo, Diego Azevedo e Raí; Robson, Alexandre, Serginho (Carlinhos) e Douglas Tandu; Jonathan (Peu) e Marcinho (Emerson). Técnico: Edmilson de Jesus.

     Classificação, resultados e próximo compromisso

     O primeiro empate da Águia na Copa Paulista não foi de todo ruim, pois o São  José subiu da 7ª para a 6ª colocação, entretanto, a distância que era de apenas 1 ponto para o 5º colocado, aumentou para 2. Mesmo assim, se a primeira fase terminasse hoje,  os joseenses se classificariam como  o 6º melhor  entre os  3 grupos.
     Após 10 rodadas, o São José  soma  10 pontos, mesma pontuação do Grêmio Osasco, porém a Águia  possui uma vitória a mais. Os gremistas, aliás, foram a Sorocaba e sofreram uma goleada por 4x1 para o Atlético (4º colocado). O último clube do G5 é o Juventus, que soma 12 pontos, graças ao empate por 1x1 conquistado contra o vice-líder São Bento, também  em Sorocaba. O outro jogo do Grupo 3 foi o Clássico do ABC, entre São Bernardo (1º) e Santo André (3º), com mando do Tigre. A partida terminou com o mesmo placar do Clássico do Vale: 0x0.



     O próximo compromisso do São José  será no domingo, às 10 horas da manhã, na capital paulista, contra o Juventus. Será o chamado jogo de 6 pontos, pois é um confronto direto na briga pelo G5. Se  a Águia vencer, tomará a vaga do  Moleque Travesso. 
     Como a partida acontecerá no dia 07 de setembro, dia da Independência do Brasil, a torcida é para que isto sirva de inspiração para o São José, que não pode depender de resultados dos times dos outros grupos para tentar a classificação como o melhor 6º colocado. Que venha a vitória e o G5, pois é preciso que a Águia se torne independente e volte a voar com suas próprias asas.

Texto e fotos: ANDRÉ CASTANHARE

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